Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Resenha de Filme - Que Viva Eisenstein! Dez Dias Que Abalaram O México.

Que Viva Eisenstein! Dez Dias Que Abalaram O México. Homenagem A Um Gênio.
Peter Greenway lançou seu novo filme buscando fazer sua homenagem a um dos maiores ícones da História do Cinema: Sergei Eisenstein, o grande diretor russo que revolucionou as técnicas de montagem, sendo mundialmente conhecido ao longo da década de 20 por três de seus filmes: “A Greve”, “O Encouraçado Potemkin” e “Outubro”. Isso lhe rendeu convites para fazer filmes na Europa e em Hollywood, mas Eisenstein acabou terminando mesmo foi no México, onde gravou muito material para fazer uma película (mais de 400 km de filme!), mas jamais teve autorização para editar todo esse celuloide, já que seu espírito altamente livre e desafiador fez com que o famoso cineasta tivesse sérios problemas de relacionamento justamente com aqueles que amparavam o seu trabalho, ou seja, a esquerda americana. Ainda havia a situação agravante que era a pressão do governo soviético em seu retorno, sob a ameaça de várias sanções e confiscos. Tudo isso é retratado em “Que Viva Eisenstein, Dez Dias que Abalaram o México” (“Eisenstein in Guanajuato”). Eisenstein (interpretado por Elmer Bäck) ficou enormemente fascinado com o México e lá permaneceu muito mais tempo do que o combinado. Se Eisenstein veio ao México fascinado com o fato de seu povo ter feito uma revolução popular antes dos russos, a cultura mexicana, fortemente amparada no culto à morte e a um forte apelo sexual, também cativou totalmente o russo, que tinha fortes inclinações homossexuais. Eisenstein será ciceroneado por Palomino Cañedo (interpretado por Luis Alberti), com quem terá um relacionamento regado a muita filosofia, trocas culturais e muito apetite sexual.
O filme é um deleite para os cinéfilos mais apaixonados, pois foi encontrado um ator que é a cara de Eisenstein (Elmer Bäck). Greenway dividia a tela em três partes e, didaticamente, contava a história do cineasta com fotografias e trechos de seus filmes, num notável e instigante caleidoscópio. Pudemos presenciar imagens de várias personalidades que interagiram com o russo em sua viagem à América e à Hollywood, dentre elas Charlie Chaplin, Douglas Fairbanks e Mary Pickford. O ritmo frenético da montagem de Eisenstein também é utilizado ao longo do filme, sendo essa a mais bela homenagem que se fez ao ícone da História do Cinema. Mas o filme também tem problemas. Como o diretor é visto como uma verdadeira instituição na Rússia, seu passado homossexual é completamente ignorado por lá. E Greenway decidiu focar bastante o filme nessa característica de Eisenstein (não é à toa que esse filme foi muito mal recebido na Rússia). E isso foi uma pena, pois muito pouco do processo de suas filmagens no México foi apresentado na película, o que poderia tê-la tornado ainda mais interessante. De qualquer forma, o filme dá uma boa noção de como a estadia de Eisenstein no México abalou as estruturas do russo e o transformou definitivamente.

Dessa forma, apesar de se centrar excessivamente no homossexualismo de Eisenstein, inclusive com muitas cenas de sexo explícito, o filme é altamente louvável, por ter sido editado em alguns momentos com o ritmo frenético da montagem do russo, ter contado em detalhes toda a história das desventuras do cineasta no México e por ter usado imagens originais do cineasta e de todos aqueles que interagiram com ele, além de trechos de seus próprios filmes. Apesar do homossexualismo até certo ponto agressivo para públicos mais conservadores, ainda assim essa película é altamente recomendável pela homenagem envolvida. E não deixe de ver o trailer após as fotografias do filme.

 
Cartaz do filme

O famoso cineasta russo, interpretado por Elmer Bäck

O Eisenstein real. Belo trabalho de caracterização

Relacionamento tórrido com Palomino Cañedo

Contato com a cultura mexicana, que celebra a morte...

Filme reproduz muitas imagens originais de Eisenstein...

... como esta.

Homossexualismo latente permeia toda a película...

O diretor Peter Greenway

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